quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Entalado na garganta

ADVERTÊNCIA: Há o risco do texto abaixo ser incoerente e contraditório, mas eu não ligo, ele é apenas um desabafo.


Já perceberam que ninguém tira foto triste? Já perceberam que fingem que nada acontece e tudo está um mar de rosas?
Pois é... Só que para mim não está tudo bem, temos uma política que envorgonha a qualquer um e nem ligamos para isso, preferimos falar de futebol e assistir televisão, de preferência Rede Globo. Mas não vim aqui para criticar o futebol nem a Globo, pois eu jogo e gosto de futebol e não vejo nenhum problema em assistir qualquer coisa. A questão é saber filtrar aquilo que se vê, e absorver o que lhe é interessante. Digo isso pois nessas últimas semanas tenho pensado em como somos passivos em relação a tudo. Poucos são aqueles que expõe a sua opinião frente a várias pessoas e defendem suas idéias até o fim. Nós estamos muito acomodados, temos medo de terminar relações infelizes para evitar a possibilidade de ficarmos sós. Queremos tudo de mão beijada, não nos mexemos para nada e a preguiça reina no nosso corpo. Somos fruto de uma inércia sem fim, onde reclamamos o tempo todo e deixamos de fazer esforço a fim de evitar a fadiga. Nós temos é medo da mudança e do desconhecido. Temos medo de arriscar. Muitas vezes não elogiamos o outro por pura inveja ou ciúmes. Deixamos de dizer "Eu te amo!" por acharmos que já está subentendido.
Nos preocupamos em comprar presentes caros em datas festivas, mas nos esquecemos de olhar para o lado e perguntar ao outro como ele está.

domingo, 26 de setembro de 2010

O que eu quero é acreditar que você não faz por mal, e que mesmo tendo o conhecimento da situação você ainda quer o meu bem.

sábado, 25 de setembro de 2010

Flores de plástico não morrem.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Puxando uma perninha seria de Moraes

Um sinal com os olhos e o convite estava feito. A dança começou, pernas encaixadas, quadris no gingado, e o ritmo de sedução se instaurou. A dúvida pairou por instantes, mas quando o óculos foi retirado do rosto, ela não pairava mais. Os lábios se encostaram por milésimos, centésimos, décimos, segundos, minutos...
E assim foi o forró de domingo à noite, ao lado de um matemático cinéfilo carioca, que sabe como abraçar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aleluia

E fomos surpreendidos novamente...

sábado, 18 de setembro de 2010

Sútil

O carro parou.
Ele falou Bairro Alto.
Eu disse 150.
Tirei o cinto.
Me inclinei.
Beijei o ponto de encontro entre a sua bochecha e sua boca.
Me afastei.
Ele sorriu com os olhos cerrados.
Fiquei em dúvida.
Sorri.
Nossos lábios se encostaram.
Tudo envolta se estagnou.
Abri a porta.
Ele esperou.
Entrei pelo portão.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fecho os olhos e choro

A carência destrói.
Seja ela de fome
de carinho
de afeto
de amor
de sexo
de abraço
de amigos
de alguém para te escutar
de compreensão
de alegria
de paz
...


E eu tento entender por que as escolhas inconscientes são tão complexas.


Tenho tantas vontades que elas nem cabem em mim...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Olho por essa janela e a única verdade, a verdade que eu não poderia dizer àquele homem, abordando-o, sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais."

-Clarice Lispector

domingo, 5 de setembro de 2010

O bem que me faz

Sentados lado a lado frente ao público do jardim naquela noite quente e aconchegante, ouvindo a melodia introdutória alternando entre Mi maior e Lá maior com a sétima aumentada. Seu olhar de encontro ao meu para cantarmos o primeiro verso da música do Nando. No suspiro eu fiquei muda a te admirar. Você cantava de olhos fechados e os meus lábios sorriam sem eu saber. Nossas mãos entrelaçadas, o carinho do seu polegar nas costas da minha mão e o meu fazendo cócegas na pele fina do seu pulso. Você me encorajava com um sorriso e eu pasmava com o brilho do seu olhar.
Foi no abraço apertado e no beijo demorado que eu pude sentir o quanto preciso de você.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Congresso Internacional do Medo

"Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas."


Carlos Drummond de Andrade

Ilha das Flores - Documentário de Jorge Furtado

"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."